Domingo, 23 de Janeiro de 2011
A região na Beira Serra tem os seus atractivos turísticos que de alguma forma tem estado arredios dos mapas turísticos de Portugal, no entanto detêm vários locais de interesse turístico que merecem ser conhecidos, divulgados e defendidos de modo a serem uma mais valia económica para a região. Este concurso é apenas um modo de dar a conhecer todo este património único.Assim entre 30 monumentos e lugares iremos escolher as sete maravilhas da Beira Serra (abrange os concelhos de Góis, Arganil, Oliveira do Hospital e Tábua)…
O nosso objectivo visa também contribuir para a formação cultural dos nossos alunos.
A iniciativa partiu do Clube do Turismo da escola básica de Góis com o Apoio do O Projecto “Escolhas de Futuro”.
Em breve anunciaremos o início da votação que decorrerá por e-mail e SMS, bem como a data do seu final. Os votantes podem eleger entre uma a sete maravilhas. Faremos em breve toda esta divulgação bem como indicaremos todos os restantes apoios que obteremos.
Sabemos que a escolha desta lista é subjectiva, no entanto é feita por nós que conhecemos bem este território e que o amamos, divulgamos e defendemos. No entanto com humildade saberemos alterar as nossas escolhas se as sugestões forem convincentes. Por isso perguntamos ao atento leitor, conhece outro património notável que aqui poderia estar? O que pensa dos locais seleccionados?
E sem mais delongas…eis a lista dos 30 maravilhas provisórias que irão entrar em concurso.
Lista de 30 sítios que participarão na eleição das 7 Maravilhas da Beira Serra
Arganil
1-Aldeia Histórica em xisto de Piodão
2-Área de Paisagem Protegida da Serra do Açor (Mata da Margaraça com a Cascata da Fraga da Pena)
3-Capela de São Pedro de Arganil
4-Monte da Nossa Senhora de Montalto
5-Túmulo de Mateus da Cunha na igreja matriz de Pombeiro da Beira
6-Gravuras Rupestres em Chãs da Égua (Piodão)
Góis
7-Cerro da Nossa Senhora da Candosa (Vila Nova de Ceira)
8-Penedos Quartzíticos de Góis
9-Rede de Aldeias de Xisto de Góis (Comareira-Aigra-Velha, Aigra-Nova e Pena)
10-Parque urbano do rio Ceira com a ponte Joanina na vila de Góis
11-Túmulo da Renascença de Luís da Silveira na igreja matriz de Góis
12-Tectos apainelados dos Paços do Concelho de Góis
13-Lagares de Azeite e troço paisagístico do rio Ceira na aldeia da Cabreira
14-Gravuras Rupestres da Pedra Letreira (Álvares)
Oliveira do Hospital
15-Panorama do Monte Colcorinho (partilha com Arganil e Seia)
16-Santuário da Nossa Senhora das Preces em Vale Maceira
17-Vales dos rios Alva e Alvôco
18-Ponte gótica e praia fluvial em Alvôco das Várzeas
19-Vila Histórica de Avô e o panorama das Varandas de Avô
20-Ruínas Romanas da Bobadela com o seu Arco Romano e Anfi-Teatro
21-Igreja Moçarabe de São Pedro de Lourosa
22-Capela dos Ferreiros na Igreja Matriz de Oliveira do Hospital
23-Anta da Arcainha no Seixo da Beira
24-Palheiras dos Fiais da Beira
25-Antiga Estalagem de Santa Bárbara na Póvoa de São Cosme com o seu panorama
26-Pousada e Convento da Nossa Senhora do Desagravo
27-Conjunto de lagaretas da Sobreda
Tábua
28- Pedra da Sé na margem esquerda do rio Mondego
29-Capela octogonal da Senhora dos Milagres em Tábua
30-Moinhos de Sevilha no rio Cavalos
8 -Penedos Quartzíticos de Góis
Os Penedos Quartzíticos de Góis exibem-se destacam-se magnificamente na paisagem da Cordilheira Central xistosa. São rochas quartzíticas formadas no Ordovícico em antigos Oceanos arenosos. Devido a sua resistência vão-se ao longo dos milénios destacando cada vez mais na paisagem. São um do...s ex-libris de toda a Beira serra. Se desejar votar nos Penedos de Góis como maravilha da Beira serra basta clicar no “gosto”. NO FACEBOOK
Cada votante poderá escolher até 7 maravilhas (no mínimo 1 no máximo 7) utilizando os seguintes meios:
-Votar através do “gosto” referente a cada local escolhido e que tem resumo na nossa página no facebook.
-Enviar um e-mail para o turismobeiraserra@gmail.com
-Enviar por SMS para o 92522276, com o preço de chamada norma...l com a indicação dos números dos monumentos.
A votação decorrerá até Abril de 2011.
IN
http://turismobeiraserra.wordpress.com/
Terça-feira, 18 de Janeiro de 2011
AIGRA VELHA, terra do Amigo André
Dia 20 de Janeiro é dia do Mártir São Sebastião, dia de Bodo. Este ano o Bodo será no próximo domingo, dia 23, às 9 horas será a bênção das castanhas, a seguir será celebrada missa seguida de procissão e por fim a distribuição do Bodo às pessoas presentes nesse dia.
Se ainda não conhece esta tradição carregue no link que o vai levar ao post que fiz o ano passado sobre o Bodo:
http://cadafaz-gois.blogspot.com/2010/01/o-bodo.html Mordomos do Cadafaz: Américo Antunes José António Gomes (substituto do Álvaro Martins) Juiz do Bodo: Mário Neves Antes do dia 23, ainda houve algum trabalho a fazer pela parte dos mordomos do Cadafaz. A secagem das castanhasO Américo Antunes começou a secar as castanhas no mês de Novembro e só na última semana de Dezembro é que foram pisadas. Todos os dias fazia uma fogueira em que durante várias vezes ao dia tinha de ir colocando lenha para manter o lume acesso.
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O Américo a colocar lenha |
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Ao cimo o caniço com as castanhas a secarem |
Uma vez por dia as castanhas tinham de ser mexidas para irem bem secando.
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As castanhas a secarem |
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O Américo a mexer as castanhas |
O pisar das castanhas Quando as castanhas já estão bem secas (piladas) podem ser pisadas.
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A juntar as castanhas para serem pisadas |
São colocadas num cesto e são pisadas com as botas. De vez em quando abana-se o cesto para as cascas se irem soltando, a isto chama-se esquivar as castanhas, e volta-se a pisar novamente até estarem quase todas soltas da casca.
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O cesto onde se pisam as castanhas |
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O Zé António a pisar as castanhas |
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A esquivar as castanhas |
Este serviço é demoroso e cansativo, porque só se trabalha com os pés e é preciso fazer força, por isso no final houve um lanche ajantarado no Café, onde todos pudemos recuperar forças.
Noutros tempos quando havia muita gente para receber o Bodo, era preciso muitas castanhas, os mordomos passavam uma tarde inteira ou mais a pisa-las.
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Uma parte das castanhas pisadas |
Agora só falta cozer as castanhas, que é feito no dia anterior da entrega do Bodo.
Provei as castanhas piladas e posso dizer que estavam muito boas. Se as quiser também provar, só tem de aparecer no Cadafaz dia 23 a partir das 9 horas.
Video da pisagem das castanhas: Publicada por Paula Santa Cruz
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http://cadafaz-gois.blogspot.com/
Sexta-feira, 14 de Janeiro de 2011
Por Adriano Pacheco
Há já algum tempo fizemos uma abordagem ao tema acima citado, na presunção de que estávamos a tocar num assunto pertinente, cheio de actualidade e de interesse regional. Em boa hora o fizemos porque, sobre o mesmo, o nosso amigo Carlos Arinto dissertou sobre ele, de forma inteligente, mostrando a outra “face da moeda” que não tínhamos descortinado. Enveredou por outra vertente da mesma realidade, que nenhum regionalista “obstinado” será capaz de aceitar, pela simples razão de que a sua mente está “formatada” nas ideias dum tempo duro em que tudo se concentrava na necessidade duma fonte de água potável. - É bom não esquecer que o regionalismo eclodiu em circunstâncias sociais próprias, no início do século XX.
Fê-lo com tal discernimento que abriu janelas não imaginadas e calou muitas “verdades feitas” que só emperram a caminhada que já devia ter sido feita, para lá de ter desmistificado as razões onde assentam o nosso repetido “orgulho bacoco”. Numa assentada, justificou a ausência dos nossos jovens “com o facto da sociedade serrana não ser uma sociedade aberta como a que existe nas grandes cidades.” Esta é, na verdade, uma das nossas grandes pechas, Senão vejamos:
Nos tempos que decorrem, não é admissível que existam rivalidades históricas entre aldeias, ou vilas, que dificultem a boa convivência e harmonia entre povos. Pois já basta a inquietante desertificação e a serra agreste para semearem a aridez humana, senão ainda o isolamento de cada um no seu “casulo”, que fará dos poucos ainda mais poucos. Pelo contrário, o que devia ser estimulado como veículo de aproximação entre os povos, era o desporto sobre qualquer forma ou modalidade. Tal como tem sido experimentado em torneios de verão nas aldeias à volta dos penedos.
O texto a que temos vindo a reportar-nos (publicado no Jornal de Arganil de 18.11.2010) é muito extenso e traz à tona d’água questões importantes que mereciam alguma reflexão, como as que dizem respeito à ausência de apego à terra que algum dos seus familiares o viu nascer como a seguir nos referimos:
“Os jovens hoje sentem alguma ‘vergonha e acabrunhamento’ dizerem que são descendentes de qualquer aldeia perdida lá na serra, porque não possuem adjectivos para defenderem a realidade que desconhecem. Sabem só que é solidária e de abandono. E caem na banalidade do ‘lugar bom para descansarem”.
Esta situação incómoda, muito sentido pelos jovens, já a abordámos algumas vezes por não termos referências, nem identidade que nos projectem ao nível nacional. Quando alguém nos pergunta donde somos, aquilo que temos “à mão” mais conhecido é a Serra da Lousã. Ora a nossa melhor e mais vistosa referência é os Penedos de Góis, mas essa está calada sem qualquer visibilidade a nível nacional, como monumento imponente da natureza que se ergue; outras regiões bem gostariam de tê-la por perto!
Estas são apenas algumas questões das muitas que foram apontadas no referido artigo e que ainda não vimos na imprensa, qualquer gesto ou achega, sobre este pertinente assunto. Assim sendo, chego à conclusão que devemos andar muito distraídos, ou então andamos envolvidos em pequenas tricas, ou… meras futilidades, para ocupar o tempo. O que é uma grande pena!...
Quinta-feira, 6 de Janeiro de 2011
Foi a enterrar no dia 2 do corrente mês, no cemitério da sua terra, o decano do regionalismo de Roda Cimeira, que morreu no Hospital da Universidade de Coimbra vítima de doença incurável. Contava 78 anos de idade e era utente do Lar de Cortes de Alvares. Era viúvo de Alzira Baeta Oliveira e pai do Eng. Arnaldo Baeta de Oliveira.
Acaba-se assim uma das grandes lendas e talvez a mais antiga referência do Regionalismo da Beira-Serra, que fez o seu percurso na Sociedade de Melhoramentos de Roda Cimeira, a mais antiga colectividade do Concelho de Góis, onde desempenhou vários cargos, quer em Lisboa quer na sua aldeia, o último dos quais Presidente de Mesa da Assembleia-Geral, durante muitos anos. Associou-se à colectividade em 01.01.1950, com o n.º14, perfazendo assim 60 anos de associado.
Era um acérrimo defensor do Regionalismo e pugnava activamente pela defesa dos interesses da sua aldeia, atitude que lhe mereceu a distinção da medalha de Mérito do Concelho, atribuída pela Câmara Municipal de Góis.
A Direcção da Sociedade de Melhoramentos de Roda Cimeira perde assim um dos seus mais antigos colaboradores e junta-se, com o seu pesar, à família enlutada.
Adriano Pacheco