É na Aldeia do Xisto de Pena, Góis, que dia 10 de Setembro tem lugar mais um Encontro de Poesia Popular,
sob o tema "As Condições Climatéricas".
Além da poesia e do convívio, há sempre espaço para a animação. Participe neste momento de convívio, no qual se partilham experiências
e vivências do passado e presente destas terras e destas gentes.
Os Encontros de Poesia Popular têm lugar nas várias Aldeias do Xisto de Góis, e tem como objectivo principal, exortar a população local
e outros à participação e partilha de saberes.
Programa:
15h – Sessão de Abertura. Segue-se o Workshop da Broa Serrana: Peneirar, Amassar, Tender.
Momentos de Poesia com
Adriano Pacheco,
Clarisse Sanches
e Eugénia Santa Cruz.
Visionamento da curta documental: Coração do Xisto.
Lanche convívio com a broa serrana feita pelos participantes.
18h – Encerramento do IV Encontro de Poesia.
Cartaz_Poesia Popular na Pena - 10 Set. 2011 (PDF)
Adriano Pacheco
Vinham de todos os lugares e lugarejos, por montes caminhos e veredas, carregados com farnéis mais ou menos abastecidos e o seu próprio garrafão, não fosse o vinho faltar. Vinham venerar o seu santo padroeiro, ouvindo a missa solene, escutando os sons da filarmónica e o estourar dos foguetes que tanto incómodo dava! Vinham estrear a blusa de chita, o xaile de merino, os sapatos novos e a camisa branca. Mas vinham tão felizes que não havia pó que lhes caísse em cima, nem brilho que lhes faltasse nos olhos. Era dia de festa e do farnel com cabrito ou borrego assados. Eram assim as festas em Alvares.
Hoje, salvaguardando alguns pormenores, tudo é muito é diferente, não sabemos se para melhor. Desta feita tivemos a Filarmónica Arganilense bem afinadinha com muitos jovens, uns tantos conjuntos distribuídos por sábado, domingo e segunda-feira e a visita dos alvarenses que nestas datas costumam vir matar saudades por dois ou três dias e voltam a correr. Que pena não se lembrarem deste pedaço de terra que precisa deles! Mas pronto é o que se pode arranjar face à crise que se impõe por aí. Apesar de tudo não foi nada mau, pode ser que para o ano que vem seja melhor.
Com o decorrer dos tempos os hábitos tradicionais foram-se alterando: acabou-se a sopa de grão-de-bico, o arroz picado de fressura, o bucho recheado e consequentemente a rês que dava tanto jeito para se poder cozinhar tudo isto, tal como os maranhos que outros lhe tomaram o gosto e fizeram publicidade. Que saudades! A crise também veio atrapalhar a missão dos mordomos que fizeram um orçamento baixo, mas mesmo assim ainda tiveram de recorrer ao velho leilão e à ronda. É bom que nos vamos habituando às festas feitas à nossa medida, quero dizer, dentro das nossas parcas possibilidades, nada de esbanjamento. Os tempos assim obrigam
Era inevitável que para se fazer a festa e a festança, os mordomos tinham de recorrer à imaginação para poderem adaptar o espaço habitual às reais necessidades, improvisando cozinha aqui, churrasqueira ali e muita boa vontade, pese embora o apoio logístico facultado pela Câmara Municipal, já que o “velho palanque foi à vida” uma vez que já não oferecia condições de segurança. Apesar disso, a piscina - sempre grandiosa e colorida – deixava no ar uma sensação de frescura e bem-estar a todos os títulos necessários, pena foi não acautelarem a invasão das águas nalguns quintais circundantes. Situação perfeitamente evitável. Enfim!...
De resto, toda a Vila de Alvares rejubilou com os alvarenses que regressam todos os anos em dias de festa. Rejubilou com a vista esplendorosa desta terra bem apetrechada de equipamentos sociais, nomeadamente com o quartel novo dos bombeiros, pólo escolar e iluminação apropriada. Rejubilou com a procissão e os seus santos em andores ornamentados. Rejubilou com a harmonia dos sons da Filarmónica Arganilense.
Deste modo a Comissão de Festas – composta por muitos jovens - está de parabéns por ter proporcionado tanto, com tão parcos recursos. Só quem já enfrentou uma situação destas, com tão poucos recursos, saberá quanto custa organizar uma festa anual para bem de todos alvarenses e da carolice de alguns. Mas pronto, a tradição cumpriu-se já não é nada mau.
Que mais se pode exigir nos tempos que atravessamos?
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