Adriano Pacheco
Depois da língua Portuguesa, nada mais fala da nossa cultura que a gastronomia serrana, conhecida pelos seus sabores únicos, extraídos dos produtos hortícolas, silvestres, cerealíferos e toda a gama conseguida através das combinações com carnes e seus derivados, cozinhados em utensílios de barro ou de ferro, ao calor das lareiras que fervilham em tempos de invernia.
É oriunda da serra, a saborosa chanfana bem referenciada por Miguel Torga, transmontano de gema, amigo da nossa região e apreciador da nossa gastronomia confecionada a partir de produtos endógeno. Prato pouco difundido e apreciado em outras regiões do País, por não ser de todos conhecido o tratamento da carne, a confeção e os segredos que ela envolve. Chanfana com o seu verdadeiro sabor, só nas aldeias da Serra da Lousã onde ela é devidamente tratada e cozinhada.
São também únicos, o bucho recheado e os maranhos que antigamente resultavam do aproveitamento das miudezas do animal, cozinhados com o esmero das mãos hábeis que só as donas de casa têm, conscientes de que isso iria ser a delícia e o alimento da sua família. Hoje, ao tentarem comercializarem estes produtos, eles próprios perderam qualidade mas ganharam aspeto e mercado, de certo modo passaram a ser referencial importante da região.
Há ementas de produtos serranos que são difíceis de promover o seu consumo e com o desaparecimento das cozinheiras das bodas (casamentos), os manjares mais típicos e saborosos foram desaparecendo da mesa dos serranos. São eles, entre outros, o aferventado e a sopa seca de confeção fácil e simples, tendo por base apenas a hortaliça, a broa e o azeite quente, com destaque para o aroma forte do azeite serrano. Isto para já não falar das tibornas nos lagares, em tempos de desfazer a azeitona.
No que diz respeito à doçaria, é estranho que, numa região de mel e castanha, não se mostre com mais afirmação um pastel, ou um doce que sirva de referência da região. Para tanto valia a pena promover com um suporte publicitário as GAMELINHAS de Góis, cujo recheio não fica atrás dos outros pastéis famosos do País. Falta-lhe talvez um bom investimento e uma ideia de negócio bem alicerçada. Causa estranheza e até perplexidade que as gamelinhas se limitem apenas à clientela goiense, quando nos parece que estão ao nível dos outros pastéis
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